Que seus confrontos tenham um único objetivo, o encontro. Somente juntos venceremos esta pandemia e outros desafios que estão por vir.
Estamos vivendo um momento difícil diante de uma pandemia que nos assusta e retira nossa liberdade. “Caiu a ficha” e percebemos que vivemos em um mundo em que ações pessoais podem atingir o coletivo e que um depende do outro. Não importa nossa religião, time de futebol, gostos de música e partido político. O Vírus não pergunta nada disto para nos infectar.
Neste momento importante para a sobrevivência, o Vírus vem
ganhando espaço pois, em vez de nos unirmos, estamos cultivando um outro vírus que
já nos infectou, já faz tempo, que é do gosto pelo confronto com quem pensa
diferente da gente ou não faz parte da minha “panelinha”. Mas não é aquele confronto de ideias,sadio, respeitoso que nos faz crescer e sim o confronto que tem como objetivo de ter um vencedor que nos humilha e nos afasta.
Sou filho de uma cidade do interior e via isso
constantemente na vida cotidiana da população. Quando um partido A ganhava as
eleições, trocavam todos do partido B que estava trabalhando na prefeitura. Existia
um certo prazer de fazer isto e uma expectativa dos vencedores da forma que isso iria
acontecer. Nisto se alimentava ainda mais esta cultura do confronto segregador.
Verdadeiras rivalidades entre cidades vizinhas, inclusive históricas,
que não levam a nada, mas que permaneciam vivas pelos mais jovens que nem
sabem a fonte deste sentimento.
Pensei que fosse somente na minha cidade, mas tive
oportunidades de viver em muitas outras e descobri que esta cultura do
confronto destrutivo se espalhou e está latente nos dias atuais causando resultados reais.
Mortes.
Primeira coisa a se fazer para resolver um problema é
reconhecer que ele existe.
Segundo é avaliar o que eu posso fazer para que ele não cresça
a partir de mim.
Terceiro, construir grupos de pessoas que, assim como você,
não suportam viver em um mundo assim e querem enfrentar esta cultura destrutiva.
Quarto, pesquisar a fonte, a causa, o motivo ou a razão disto
existir com tanta força e tomar atitudes para combate-la.
É muito chato viver assim, mas será este desconforto que nos motivará
a fazer coisas diferentes para resolver este nosso problema.
A cultura do encontro tem que renascer, pois foi ela que nos trouxe até aqui e nos levará para um futuro melhor. Trabalhar juntos é e sempre será um desafio, mas aí temos que colocar a nossa inteligência e a paciência a serviço dos outros.
Referência: Fratelli tutti – todos irmãos- Papa Francisco.
Alexandre Jose Rocha
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